Medida prevê liberação em duas etapas para trabalhadores demitidos entre 2020 e 2025, mas milhões terão restrições no saque devido à antecipação de crédito. Governo tenta fortalecer o consumo e melhorar sua avaliação em um período historicamente desafiador.
O governo federal anunciou a liberação de R$ 12,1 bilhões em recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), referentes a contas ociosas de trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário. A medida, que ocorre após tentativas frustradas de extinguir essa modalidade, visa mitigar os efeitos da desaceleração econômica apontada por recentes dados da PNAD Contínua.
Como funcionará o saque
A liberação ocorrerá em duas etapas:
- Março de 2025: Trabalhadores poderão sacar até R$ 3.000, conforme calendário baseado no mês de nascimento;
- Junho de 2025: Valores acima desse limite serão disponibilizados.
O benefício contempla aqueles que foram demitidos sem justa causa entre 2020 e fevereiro de 2025, mesmo que já estejam empregados em outras empresas.
Restrições para quem antecipou o saque-aniversário
Apesar da liberação, 9,6 milhões de brasileiros não terão acesso ao valor integral, pois contrataram a antecipação do saque-aniversário como um empréstimo junto a instituições financeiras. Os recursos foram usados como garantia, o que impede o saque total (Ministério do Trabalho e Emprego, 2025).
O saque-aniversário, criado no governo de Jair Bolsonaro, foi concebido para injetar liquidez na economia e continuará em vigor. No entanto, trabalhadores que desejam voltar ao saque-rescisão, que permite o resgate integral do FGTS em caso de demissão sem justa causa, precisam solicitar a mudança e aguardar um período de dois anos para que a alteração tenha efeito.
Com essa injeção de recursos na economia, o governo busca fortalecer o consumo e amenizar os sinais de desaquecimento econômico, enquanto mantém a popularidade em um período crucial do mandato.
Fontes:
- Ministério do Trabalho e Emprego – Informações sobre regras e calendário do saque.
- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Dados da PNAD Contínua sobre a desaceleração econômica.
- Banco Central do Brasil – Informações sobre a política monetária e impacto da taxa de juros.
- Caixa Econômica Federal – Detalhes sobre a operacionalização dos pagamentos.